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Frederic Kachar é o novo presidente da ANER
O diretor-geral da Editora Globo, Frederic Zoghaib Kachar, foi eleito presidente da ANER para o biênio 2013-14, na última Assembleia Geral Ordinária, realizada no último dia 6 de dezembro. Em seu primeiro discurso, Kachar disse ser um misto de “privilégio e responsabilidade” assumir a presidência neste momento de transformação da nossa indústria.
“Sou apaixonado por comunicação e muito otimista”, afirmou Kachar. “Acredito que, com determinação e entusiasmo coletivo, vamos crescer juntos, mesmo com todas as dificuldades. Estou feliz por assumir a função e, a partir de agora, coloco-me à disposição para encontra-los sempre que necessário. Assim, com inclusão e engajamento, conseguiremos fazer frente aos desafios”.
Ao falar da gestão que se encerra, Roberto Muylaert destacou as principais conquistas de seus anos à frente da associação: as campanhas criadas para fomentar a leitura de revistas, a realização de eventos, a constante discussão das questões relativas ao mercado em Brasília (como dumping, vale-cultura, etc.) e a revisão do estatuto.
O e-mail do novo presidente é frederic@aner.org.br.
1ª entrevista com o Presidente eleito
Depois de tantos anos no mercado editorial, qual a sua expectativa para o primeiro mandato na ANER?
Frederic Kachar: Vamos acelerar a evolução da ANER. Ela é a entidade mais nova entre as nossas coirmãs ANJ e Abert e, mesmo assim, tem ganhado relevância. Minha expectativa é poder contar com um apoio grande de todos os associados, tanto na construção quanto na execução de uma agenda relevante para o meio.
Primeiro, temos um enorme desafio junto ao mercado anunciante. Pelas pesquisas de aferição de investimento publicitário, é o que vem sofrendo mais em 2012. Outro ponto importante da agenda é a distribuição em bancas. Muitas delas vêm fechando, jornaleiros reclamam de baixa remuneração e, ao mesmo tempo, dos preços de capa muito altos. Isto tudo precisa ser trabalhado.
Temos também muitas questões importantes em Brasília. Por vezes, quando elas não forem específicas do nosso meio, trabalharemos com outros segmentos de comunicação. Mas sempre assumiremos um papel de co-protagonista, nunca um papel secundário. Também seguiremos disseminando melhores práticas editoriais, continuaremos martelando em defesa da liberdade de expressão e promoveremos a inovação digital.
A agenda é muito extensa, mas isso me deixa muito motivado. Jamais estaria assim se estivesse assumindo a condução de um barco que andasse em velocidade de cruzeiro. É a oportunidade de atingir metas ambiciosas que me motiva, ainda mais porque percebo que os associados estão muito abertos e generosos em se engajar a nosso favor.
Você citou os desafios. Também vê oportunidades que podem ser aproveitadas nos próximos anos? Quais?
Frederic Kachar: Desafios e oportunidades andam juntos. Todos esses assuntos que citei oferecem oportunidades concretas de gerar ganhos a partir do próximo ano. Restaurar a relevância publicitária para o meio, por exemplo, leva tempo. Mas podemos ter ganhos em seis meses ou um ano, se o trabalho for bem feito. O mercado todo é dinâmico. Também precisamos ser. Espero chegar ao fim do ano, olhar para trás e ver que, com o empenho de todos, conseguimos evoluir em todas as frentes.
O ano de 2012 não foi tão bom para os revisteiros brasileiros. Quais foram, para você, os motivos dessa retração?
Frederic Kachar: Antes de fazer qualquer diagnóstico, é preciso olhar para toda essa agenda. Em Brasília, tivemos um ano bom e um papel muito importante na defesa da liberdade de expressão e de interesses do meio. Mesmo assim, concordo que não tivemos um bom ano em publicidade e em vendas avulsas. Precisamos mergulhar nesses dois temas para encontrar um caminho sustentável para o nosso negócio.
Na publicidade, temos de levar em conta que a economia como um todo não vai bem. É natural que, nesse contexto, os investimentos de marketing voltados para a construção de marcas – uma das fortes características das revistas – sejam os primeiros a sofrer. Num ano como este, é comum os anunciantes concentrarem seus investimentos no varejo ou em veículos ligados a esse segmento.
Mas é preciso reagir. Nossa atuação, como meio, pode ser mais coletiva. Saindo do discurso para a prática, está mais do que na hora de contratarmos uma ampla pesquisa, com um instituto de renome, para medir o retorno que as revistas dão aos anunciantes. Associações dos Estados Unidos e da Inglaterra já fizeram isso e são exemplos de sucesso. Nossa falta de pró-atividade – a mania de ficar no discurso, sem levar dados técnicos e concretos – acaba nos colocando em desvantagem diante de meios que demonstram seus dados muito bem.
De todas as frentes, essa talvez seja a que estamos mais atrasados. Outros meios como TV por assinatura, internet e mídia out of home já fizeram o dever de casa. Neste ano, lançamos uma campanha de incentivo à leitura que teve um braço para o trade e para a publicidade. Mas é pouco. As agências e os anunciantes esperam algo mais profundo, mais técnico, para mostrar o valor do meio.
Olhando para o futuro, como você imagina o ano de 2013 para as revistas? O mercado vai crescer ou diminuir nos próximos anos?
Frederic Kachar: Diminuir nunca. Não posso contar com essa hipótese. Nós, editores, produzimos um tipo de jornalismo segmentado que transcende a mídia impressa. Objetivamente, temos que olhar para a capacidade das nossas marcas em atrair publicidade.
Não é o caso de discutir tecnicamente a forma como os estudos medem publicidade, mas não tenho dúvidas de que, do lado digital, as marcas oriundas do mundo revista cresceram muito em 2012 e continuam atraindo o interesse dos anunciantes. Quando falam de revista, eles se referem apenas ao papel. Isso é diferente da performance das marcas nas várias plataformas.
Ainda assim, olhando especificamente para o meio impresso, estou seguro de que sofremos com um unfair share. Os 6,5% de participação do meio no bolo publicitário com que talvez fechemos o ano ficam muito abaixo, tecnicamente, do que entregamos. Tanto em quantidade, quanto em qualidade, volume de audiência ou atenção.
Olhando para a plataforma impressa, não temos crise de audiência. Ela continua no mesmo patamar. Aliás, a média dos últimos três anos, medida pelo IVC, é maior do que no início da década. O número de títulos, leitores e exemplares vendidos aumentou. Isso me leva a crer que, na plataforma impressa, há um pedaço nosso que não está nos números. Temos de correr atrás dele. Não podemos achar que o share deste ano é razoável. É menos do que deveria ser. Provaremos isso com pesquisas de institutos independentes ao longo de 2013. Está aí, por exemplo, a recente pesquisa do Ipsus Marplan para comprovar que não há meio que prenda tanto a atenção do consumidor quanto o nosso.
É até uma percepção nossa enquanto leitor?
Frederic Kachar: Sim, mas não sou eu que estou dizendo. É isso que acho importante: o grande desafio do nosso segmento no ano que vem será trazer institutos de renome que constatem, espero eu, aquilo que sabemos. Precisamos do aval de alguém independente que indague, teste, estude e certifique. Num mundo de tantas telas como o nosso, ser o meio que prende mais a atenção é uma super qualidade. Temos que bater o bumbo para isso. Talvez a gente não tenha batido o bumbo como deveria.
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