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Papel imune e sustentabilidade dos impressos são prioridades iniciais do mais novo Comitê de Cadeia Produtiva da Fiesp

Papel imune e sustentabilidade dos impressos são prioridades iniciais do mais novo Comitê de Cadeia Produtiva da Fiesp
O Comitê da Cadeia Produtiva do Papel, Gráfica e Embalagem (COPAGREM) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), coordenado por Fabio Arruda Mortara, presidente do SINDIGRAF-SP, reúne sindicatos de indústrias desses e de outros setores correlatos, para dialogar, debater e alinhar propostas que venham a fortalecer tais segmentos.

Seus temas prioritários iniciais serão o combate ao uso indevido do papel imune e a ênfase ao caráter sustentável da produção de celulose no Brasil, integralmente feita com florestas cultivadas, preservando as matas nativas. “A Fiesp é um porta-aviões, vocês são nossos caças. E assim o governo nos respeitará”, declarou Paulo Skaf, presidente da entidade, no ato de instalação do novo colegiado.

No evento, o coordenador do COPAGREM, Fabio Arruda Mortara, presidente do SINDGRAF-SP e da ABIGRAF Nacional, falou sobre a iniciativa da Fiesp: “Surgiu a oportunidade de reunir, nesta casa, mais de 30 entidades de setores correlatos para poder listar as questões mais importantes do setor e passar a tratá-las de maneira eficiente e coordenada, como já fizeram outros comitês de cadeias produtivas estruturados pela Federação”.

O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, agradeceu a presença de todos e disse que a criação desse comitê já poderia ter acontecido há muito mais tempo, porque todas as integrantes do COPAGREM são entidades importantes e com grande representatividade em seus respectivos setores no país. “Juntos, todos são mais fortes e com essa força conseguem o respeito do governo. A Fiesp está com vocês, que terão todo o apoio do nosso Departamento Jurídico, de nossas áreas técnicas e também podem contar comigo como interlocutor para conversas com autoridades, políticos e até a presidente da República. Não temos limites para fazer a coisa certa. Vamos correr atrás”, declarou Skaf.

Um dos principais desafios da cadeia produtiva de impressão e comunicação está na concorrência com as mídias eletrônicas. “Não sabemos como a sociedade brasileira irá perceber o valor de impressos em papel nas próximas décadas. E, com certeza, unidos poderemos fazer isso de uma maneira mais eficiente”, avalia o coordenador do COPAGREM.  Um dos maiores pesos nessa competição entre impresso e digital está nos equívocos disseminados durante anos sobre a questão da sustentabilidade do papel.

Nesse ponto, um dos recursos da ABIGRAF Nacional, unida a outras 30 entidades setoriais, está na divulgação da Campanha de Valorização do Papel e da Comunicação Impressa. “A articulação de nossa cadeia produtiva tem sido fundamental para levar esclarecimento à sociedade sobre a cadeia produtiva do papel e da comunicação impressa, que é essencialmente sustentável. Buscamos, principalmente, combater o processo de greenwashing, cujos mentores  advogam, equivocadamente, ser o papel um dos principais insumos a provocar a destruição do meio ambiente”, disse Mortara.

Segundo ele, outra iniciativa que está se tornando mundial é o movimento Two Sides, que objetiva mostrar que a impressão e o uso do papel podem ser a forma mais sustentável de comunicação impressa. A Two Sides faz parte da iniciativa Print Power, da Europa, que combate essa comunicação equivocada sobre a produção do papel.

Reestruturação tributária

Outro tema da pauta da primeira reunião de trabalho do COPAGREM foi apresentado pelo diretor de relações internacionais da Fiesp, Roberto Gianetti da Fonseca, sobre uma grande ameaça para o setor: o desvio de finalidade do papel isento de impostos (papel imune).

De acordo com Gianetti da Fonseca, a Fiesp estuda uma proposta de reestruturar a tributação do papel couchê, de maneira a tentar colocar um ponto final em um problema que se apresenta praticamente desde a instituição da imunidade de impostos para estes produtos, em 1946. “Esse problema é antigo e grave. É uma fraude das mais difíceis de combater e que tem aumentado bastante. Esse processo de vulgarização contamina vários elos da cadeia produtiva. Assim, os bons e honestos não sobrevivem, sucumbem diante da força dessa fraude. Está na hora de toda a indústria investir para que isso termine, do contrário não teremos mais indústria de papel couchê no Brasil”, disse o diretor da Fiesp.

De fato, de acordo com a presidente da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), Elizabeth de Carvalhaes, em 2012 aproximadamente 700 mil toneladas de papel entraram no mercado brasileiro, declaradas como imune, mas foram desviadas. “Para as empresas nacionais já há uma perda de 57% do mercado nacional para a importação ilegal”, disse a dirigente setorial.

Por falar em possibilidade de extinção, o ainda questionado fim do papel impresso foi abordado pelo coordenador do COPAGREM. “Eu não acredito nisso. Hoje estão aqui os presidentes das principais entidades dos setores que integram o COPAGREM, da indústria de impressão, de livros, de propaganda, de papel, de embalagens etc. Fica claríssimo que as mídias (em papel) permanecerão ainda durante muitas décadas; temos certeza que as formas impressas realmente vão subsistir como componentes de um novo mundo que a gente não sabe como será, mas, certamente, precisaremos de um envelope, um documento em papel, um diploma, uma embalagem, enfim, isso valerá para o jornal, as revistas e tudo o mais. Todas essas mídias vão se acomodar, e queremos entender isso melhor e esticar o ciclo de vida de todos os produtos, na medida em que isso for possível. Se o COPAGREM ajudará nesse processo, só dependerá do tipo de proposta, da consistência e dos resultados que conseguirmos aqui”, concluiu Mortara.

Com a presença de mais de 40 pessoas, a primeira reunião do COPAGREM teve a participação ativa de presidentes e representantes das seguintes entidades: Associação Brasileira da Indústria Gráfica Regional São Paulo (ABIGRAF-SP), Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica (ABTG), Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e Sociedade Brasileira de Silvicultura (SBS), Associação Brasileira de Celulose e Papel (BRACELPA), Associação Brasileira de Embalagem (ABRE), Associação Brasileira das Empresas de Rotativas Offset (ABRO), Associação Brasileira da Indústria de Artefatos de Papel e Papelão (ARTEFATOS), Associação Brasileira das Indústrias Recicladoras de Papel (ABIRP), Associação Brasileira da Indústria de Tintas para Impressão (ABITIM), Associação Brasileira de Papelão Ondulado (ABPO), Associação Nacional de Editores de Publicações (ANATEC), Sindicato das Agências de Propaganda do Estado de São Paulo (SINAPRO), Associação Brasileira de Relações Públicas (ABRP), Câmara Brasileira do Livro (CBL), Sindicato Nacional do Comércio Atacadita do Papel e Papelão (Sinapel),  Associação Brasileira de Editores de Livros Escolares (Abrelivros), Associação Brasileira de Marketing Direto (Abemd),  Associação Brasileira da Indústria de Material Fotográfico e de Imagem (Abimfi), Associação Brasileira de Papelão Ondulado (ABPO), Associação Brasileira das Indústrias de Tintas Para Impressão (Abitim), Associação dos Agentes de Fornecedores de Equipamentos e Insumos para a Industria Gráfica (Afeigraf), Associação Nacional dos Distribuidores de Papeis (Andipa), Associação Brasileira da Indústria de Artefatos Papel, Papelão, Cortiça e Embalagens Especiais ou Personalizadas (Siapapeco), Sindicato da Indústria de Tintas e Vernizes do Estado de São Paulo  (Sitivesp) e Associação Brasileira das Indústrias de Etiquetas Adesivas (Abiea). Todos contribuíram com propostas para integrarem a pauta da próxima reunião do COPAGREM, prevista para ocorrer na primeira semana de maio.

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