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Projeto Graphia: a vitrine internacional da indústria gráfica brasileira
Criado pela Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), o programa Graphia mais uma vez esteve presente com seu Projeto Comprador na Feira Office Brasil Escolar 2014 – que chegou à 28ª edição, entre 11 e 14 de agosto, na posição de segunda maior feira de papelaria do mundo, superada apenas pela Paperworld, da Alemanha.
O comprador em casa
O Projeto Comprador é uma das iniciativas que melhor traduzem a missão do Graphia, tanto na facilitação do acesso da indústria gráfica brasileira ao mercado externo, quanto na difusão a importadores, distribuidores e compradores de outros países dos produtos de papelaria, embalagem e editorial/promocional das empresas associadas ao programa.
No Projeto Comprador, que tradicionalmente acontece durante a Office Brasil, em São Paulo, potenciais compradores internacionais são levados ao Brasil para participar de uma série de atividades com representantes de empresas locais de cadernos, agendas, pastas plásticas, papéis especiais e outros produtos de papelaria, escritório e presentes.
Do Comprador 2014, participaram as brasileiras Jandaia, Confetti, Ótima, DAC, Reipel e Magic Notes, que recepcionaram presidentes e diretores de importantes empresas do segmento de papelaria de sete países. Da América Latina, marcaram presença convidados de Chile, Colômbia, Peru, Bolívia, Costa Rica e República Dominicana. Também compradores dos Estados Unidos prestigiaram a iniciativa.
Nos últimos cinco anos, o Projeto Comprador atraiu mais de 60 visitantes internacionais, com efetivação de negócios em mais de 30 países dos quatro continentes. “O Graphia é fundamental para o desenvolvimento dos negócios internacionais das nossas associadas. Dentro dele, o Projeto Comprador é estratégico, pois cria uma janela de oportunidade para a valorização dos nossos parceiros de negócios. É um momento dedicado a trazê-los à nossa casa e propiciar a convivência com os empresários do setor, em ocasiões de trabalho e de lazer”, explica Ricardo Fonseca, consultor internacional do Graphia.
Durante o evento, os compradores convidados participam de apresentações das empresas e dos seus portfólios, discutem questões comerciais e efetivamente fecham compras nas rodadas de negócios, que são o ponto alto do Projeto. Na avaliação de Fonseca, o contato pessoal e direto entre os empresários gráficos e os compradores internacionais melhora a qualidade do relacionamento comercial e gera resultados melhores.
O apelo do produto brasileiro
No país que detém o sétimo maior PIB e o sétimo maior mercado consumidor do planeta, a indústria gráfica registrou produção equivalente a US$ 20,7 bilhões em 2013 e exportou, no período, US$ 279,1 milhões (FOB). Atuando na área, há quase 21 mil empresas, geradoras de 219 mil empregos diretos.
Desse universo, mais de 90% dos estabelecimentos são de pequeno e micro porte (ou seja, de 0 a 49 empregados). Mas o investimento em tecnologia e renovação do parque gráfico tem se mantido historicamente alto e absorveu US$ 1,17 bilhão no último ano, frente à média anual de US$ 1,3 bilhão nos últimos seis anos. “A inovação, a qualidade técnica, a diversidade e os cuidados com a sustentabilidade dos produtos, juntamente com um preço competitivo para características similares, são os principais atrativos para o nosso comprador no Exterior”, avalia Fonseca.
Não faltam exemplos para materializar essa opinião. No quesito inovação e sustentabilidade, a Confetti, integrante de primeira hora do Graphia, fabrica agendas, cadernos, pastas e blocos com chapas de polipropileno e Tera – material exclusivo da empresa e 100% elaborado a partir de embalagens longa vida. “A criatividade é uma marca dos nossos produtos e, por meio do Graphia, já negociamos com cerca de dez países”, afirma Carlos Rettmann, presidente da Confetti.
Veterano no mercado, o Grupo Bignardi, fundado em 1956 e hoje com mais de mil funcionários, atua na fabricação de cadernos (é detentor da marca Jandaia) e de papel. Líder de exportação na América do Sul, o Grupo aderiu ao Graphia em 2009 e, desde então, já negociou com Estados Unidos, Canadá e vários países da Europa e da América Latina. Na opinião de seu diretor Ivan Duckur Bignardi, dispor de produtos visualmente criativos e ecologicamente corretos a um preço justo são diferenciais importantes em seu nicho de atuação: “Temos grande preocupação com a sustentabilidade. Somos o maior fabricante brasileiro de papel reciclado, fabricamos papel 100% alcalino (que dispensa o uso de ácido no branqueamento) e contamos com a credibilidade conferida por certificações como FSC, ISO 9001, C-TPAT e Inmetro)”, diz Bignardi.
Um futuro promissor
Nos dias de hoje, sustentabilidade é um agregador de valor a qualquer produto, e a indústria gráfica brasileira está atenta a esse movimento global. No país, todo papel produzido vem de florestas plantadas e as indústrias brasileiras atuam em conformidade com uma exigente Política Nacional de Resíduos Sólidos, aprovada em 2010 e que estabelece responsabilidades compartilhadas com seus resíduos ao longo de todas as cadeias produtivas. Além disso, desde abril, em um movimento capitaneado pela Abigraf, o Brasil aderiu à Two Sides, uma campanha mundial, surgida na Inglaterra e já estabelecida nos cinco continentes, que tem o objetivo de esclarecer a opinião pública sobre a sustentabilidade da comunicação impressa.
A atenção à sustentabilidade é fator chave para uma indústria que, até 2017, deve alcançar o posto de oitavo maior mercado gráfico mundial, com movimento de US$ 20 bilhões, de acordo com o estudo “Mercado mundial de impressão: identificando oportunidades para a indústria de impressão”, realizado com 51 países pela Unidade de Inteligência da revista inglesa The Economist, a pedido da associação americana NPES, a fim de orientar investimentos na cadeia da impressão. No que depender de lição de casa bem feita, o setor gráfico brasileiro certamente caminha para concretizar esse prognóstico.
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